domingo, 12 de setembro de 2010

#4 LETTER TO YOUR SIBLING (OR CLOSEST RELATIVE)

uma carta para a minha irmã(o) ou parente mais próximo


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Visto que sou filha única e uma vez que tentarei sempre seguir à risca cada uma das trinta cartas que constituem o desafio, sinto a obrigação de dirigir esta carta a ti, avó, uma das grandes mulheres da minha vida.
Talvez sejas a pessoa da minha família que mais presente tem estado ao longo dos meus quinze anos. És uma grande educadora, uma grande pessoa e uma grande mulher. Não posso dizer que te conto tudo ou quase tudo porque estaria a mentir, mas a verdade é que conheces cada sentimento e emoção que transmito por detrás de cada olhar meu. Conheces-me bem, demasiado bem. De trás para a frente e da frente para trás, por vezes até melhor que os meus próprios pais. Mas eles ainda têm muito tempo para descobrir um pouco mais sobre mim. Ou talvez não, talvez eles já saibam tudo e eu é que estou errada no meio disto tudo. O próprio tempo encarregar-se-á de me dar todas essas respostas, tenho a certeza. Por enquanto, fico à espera.
Dizem que herdei de ti alguns dos traços da tua personalidade, tais como a persistência e a ambição, a insatisfação com a injustiça, o ciúme que ambas por vezes sentimos e nunca admitimos, a frieza em lidar com certos assuntos contrastando com a sensibilidade com que mais tarde surpreendemos os outros. Não é por acaso que oiço muitas vezes a minha mãe dizer "estás tal e qual a tua avó" e eu até sinto um certo orgulho nisso, por estar a ser comparada a alguém como tu.
Entre nós há uma ligação muito saudável e cúmplice. Por vezes sinto que já chegou a minha vez de te proteger e de te fazer sentir segura, de forma a poder estimar-te e preservar-te durante mais uns belos e longos anos.
És uma lutadora, já venceste muitas batalhas na vida e, essa é outra coisa da qual me orgulho em ti, o facto de não desistires facilmente e fazeres sempre de tudo para ultrapassar todos os obstáculos que se opõem à tua frente. Um dia vou ser como tu, mas primeiro tenho de te agradecer por tudo aquilo que me tens ensinado e que me levaste a ver: obrigada.
Não sei se algum dia vais ler isto, mas eu espero que sim. Pelo menos vou fazer questão de ganhar a coragem de passar para o papel pelo menos parte do texto e do sentimento que aqui expus sobre ti. Na verdade, é como se fosse arrancar parte daquilo que o meu coração carrega e entregá-lo a ti. Não digo que será fácil, porque não será mesmo nada fácil, nem sei se vou conseguir fazê-lo. Mas tenho muita vontade de o fazer porque mereces e é um desafio que vou propor a mim mesma.
Tal como o António Feio disse "nunca deixem nada por dizer, nada por fazer" e eu não quero pensar um dia que foi tarde demais.
Um obrigada por tudo.

Com amor, Patrícia

7 comentários:

  1. Convem você passar essa carta pro papel e entrega-la a sua avó sim, ficou linda, emocionante!

    Beijos e otima semana!

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  2. muito obrigada pela tua opinião :)

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  3. A tua avó é sem duvida uma das maiores e melhores mulheres que eu já conheci. Para mim é como se fosse uma avó.. sabes muito bem disso.
    Adoro-a muito
    Ensinou-me tanto e partilhámos tanto..
    Agradeço tudo o que ela fez por mim..

    Mesmo!

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  4. Até aqui, a carta que mais gostei. Para mim, a que transmite mais sentimento.
    Beijo.

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  5. Gostava de ter a experiência de poder fazer os mesmos desafios que tu..:)
    Achas que me podes dizer quais são?

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